quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Pinto Balsemão diz que os media "não precisam de esmolas"

O presidente do grupo Impresa disse, esta quarta-feira, na abertura da conferência Media do Futuro 2012, que a implementação da TDT foi uma “oportunidade perdida para distribuir mais conteúdos” e alertou que o futuro da RTP terá consequências em todos os grupos com canais televisivos.



Francisco Pinto Balsemão, presidente do grupo Impresa, aproveitou o discurso de abertura da conferência que está a decorrer em Lisboa, para lançar uma crítica à implementação da Televisão Digital Terrestre (TDT), em Portugal: “O processo condenou as televisões generalistas a serem o parente pobre da televisão.”

Balsemão garantiu que a integração da TDT é caracterizada por “deficientes condições de recepção no país” e por uma implementação “sem grande entusiasmo popular”. Uma situação que levou à discussão do serviço público, que para o presidente do grupo que integra os canais SIC e o semanário Expresso, é “uma preocupação não resolvida”.

Em relação ao futuro da RTP, Balsemão lembrou que o Governo tem apresentado várias soluções para a empresa, mas deixou um alerta: “O futuro da televisão depende da quantidade de publicidade atribuída ao concessionário, se este cenário se concretizar”. Neste sentido, o responsável disse que “os grupos dos media não precisam de esmolas, mas de uma actuação justa”, referindo-se às entidades reguladoras do sector.

Quanto à crise que o país atravessa, Balsemão acredita que “Portugal saberá reconstruir-se e, para isso, os media têm um papel fundamental”. Por isso, prometeu continuar a lutar contra a pirataria e o “desprezo” pelos direitos de autor.

Por seu lado, Zeinal Bava, CEO da Portugal Telecom, disse ter “orgulho no trabalho que a equipa da empresa fez” na implementação da TDT e, em relação à tese de doutoramento de Sergio Denicoli, que concluiu que “a ANACOM favoreceu a PT”, deixou uma garantia: “Não fomos favorecidos de jeito algum.” Quanto ao anúncio de levar a tribunal o investigador, na sequência das declarações aos jornalistas sobre “indícios de corrupção”, Bava assegurou que o processo está a ser concretizado.
IN: Público

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