sexta-feira, 27 de abril de 2012

TDT: instaladores cobram "barbaridades"

O presidente da Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM), José Amado da Silva, reconheceu hoje que aquela entidade tem recebido queixas de que há instaladores de equipamentos da TDT a cobrar "barbaridades" e apelou à cidadania. Hoje, foram desligados os últimos 15 transmissores analógicos.

"É preciso ter a garantia absoluta de que as pessoas se dirigiram aos sítios certos", afirmou aos jornalistas Amado da Silva, após a cerimónia que assinalou o final definitivo das emissões televisivas analógicas em Portugal na transição para a Televisão Digital Terrestre (TDT).

O responsável da ANACOM esclareceu que o regulador tem recebido queixas. "Infelizmente é verdade, de que alguns instaladores, por exemplo, têm cobrado barbaridades às pessoas", afirmou, acrescentando que vão procurar que tal não aconteça no futuro, apelando à cidadania.

Amado da Silva diz há pessoas que podem pagar 20 euros pela transição para o digital e outras que podem pagar 120: "Pode acontecer, com certeza que pode. O problema das médias é esse. Há pessoas que ficam perfeitamente discriminadas".

Televisão analógica "morreu" aos 55 anos



Ao desligar os últimos emissores, entre os quais os do Marão, Montejunto e Monte da Virgem, e mais de uma centena de retransmissores analógicos, o plano de switch off fica concluído, deixando o sinal analógico de ser emitido "em definitivo em todo o território de Portugal".

A partir de agora, a transmissão televisiva em Portugal é feita através da TDT, com a cobertura terrestre a cifrar-se neste momento nos 94%, segundo o administrador da Portugal Telecom, Alfredo Baptista, que falava durante a cerimónia.

José Amado da Silva afirmou, por seu turno, que o momento assinala o "encerramento de um tipo de televisão que vai deixar de existir", minutos antes de ser apagado o sinal analógico.

Para o secretário de Estado adjunto do ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Feliciano Barreiras Duarte, "o que está em causa é colocar Portugal na vanguarda" em termos europeus no que toca à emissão televisiva.

DECO considera processo "imperfeito"

O fim das emissões televisivas em sinal analógico ocorre três anos após a decisão em Conselho de Ministros e mais de dez anos depois de falhada a primeira tentativa de introduzir a TDT.


A parte do espetro analógico que vai ficar liberto com a sua substituição pela TDT, cerca de 80 por cento, ainda não tem destino.

Quanto às possibilidades para este espaço, Amado da Silva já tinha explicado que "ficaram libertadas um monte de frequências onde pode haver televisões regionais", e que não cabe à ANACOM a questão de como preencher o espetro.

O secretário de Estado explicou, em relação a esse tema, que é algo a ser tratado "com tempo" .

Por seu lado, a DECO considera que o processo de acompanhamento do fim do sinal analógico de televisão foi "imperfeito", causou "transtorno e incómodo" às pessoas e que os testes realizados no terreno confirmaram várias das reclamações que receberam.

IN. Expresso

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