Se há uma verdade na chegada da Televisão Digital Terrestre (TDT) a Portugal é esta: tem sido um processo feito de meias-verdades. A começar pelo número de pessoas que vão ser afectadas e a acabar nos apelos ao adiamento do apagão analógico. O que é realmente certo é que esta migração vai sair cara, estimando-se que custe mais de 131,3 milhões de euros aos portugueses. E que vai deixar muitas pessoas sem televisão de um segundo para o outro, já a partir da próxima quinta-feira.
Só na sexta-feira é que uma das meias-verdades veio a público. Ao contrário do que se dizia, nem toda a faixa litoral do país vai ser desligada a 12 de Janeiro. Este apagão, ao qual se seguirá o das ilhas e do interior, vai, afinal, ser repartido por cinco subfases, começando pelo emissor de Palmela e pelos retransmissores de Álcacer do Sal, Melides e Sesimbra (ver infografia).
A decisão foi tomada no início do mês pela Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) e guardada a sete chaves. Isto porque se receava que a população adiasse ainda mais a preparação para a migração, caso se soubesse mais cedo que nem todas as estações vão ser afectadas. O regulador já sabia, o Governo já sabia, a PT (que ganhou o concurso para implementação da TDT em Portugal) também já sabia. A população... não.
IN: Público
Nota: O Público divulga mais conteúdo desta notícia na edição impressa de hoje
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